DESPREPARADA PARA O ADEUS

Eu me preparei para te dizer adeus! Como alguém que dá um passo para trás.
Matando aos poucos aquilo que nasce no coração e que pode apodrecer a
alma de tanto que a cabeça pensa, sobretudo o que você é, e o que você representa para mim.
Essa tentativa compulsória de morte a felicidade.

Tornando solidão em desamor
O beijo numa tábua de rancor
A raiva, uma camiseta vermelha de dor vestida e pronta para a frieza cotidiana!

Quando a cabeça pensa o coração erra. E bate numa esfera sem alcance.
Resolvo, então, te entregar de mãos atadas essa confissão para nos libertar um do outro.
É difícil dizer que eu te amo porque a moda agora é dizer que o amor é uma invenção dos desesperados.Então, eu te digo nessa dificuldade meio desesperada, que, eu te amo.

É difícil abrir as pernas para ti, porque o que jorra de mim vai além da nossa compreensão.
Vai além desse tesão imediatista que o corpo exige de mim, de nós.
Nessa hora que o mundo não existe mais lá fora, eu percebo a imensidão de você morando em um aqui, perto da minha alma.
E te sussurro amorosamente - eu te amo, tua alma.

O silêncio que eu crio para ti, a tua ausência furtiva de um encontro de olhares, tudo isso, diz muito dessa imensidão cheia de desejo que já não guardo mais, eu a exponho.
Eu te mostro, pois tu merece essa reza cheia de compaixão.

Meu querido: não sabemos amar, dá medo amar, dá medo se entregar...
Então, só resta a fuga, a confusão de nossos sentimentos, a prejudicial falta de tranqüilidade.
Volte, tua alma.Volte para a tua alma gêmea.

Estou dizendo sim, para tudo que você diz não, porque meu amor tornou-se uma prece.
O meu sim para ti, não comporta o teu não, cheio de desespero, de um estar perdido na solidão e na confusão.

Olha: escuta-me, só mais essa vez - eu te aspiro, eu te quero.
Mesmo tendo que dar um adeus cheio de impermanência.

Rio 27 de Junho de 2009